Arquivo de julho, 2009

Tá aí um dos livros que me inspirou na adolescência.

Pode parecer loucura, mas li Rubem Fonseca pela primeira vez aos 17 anos. Digo isso, pois nenhum dos meus alunos dos últimos primeiros semestres tinha ouvido falar nele. Justo ele.

Rubem Fonseca tem um estilo literário complexo, ao mesmo tempo professoral. A escrita dele é impecável, com um português que dá gosto de ler. Correto, direto e contundente.

E é assim que é contada a misteriosa estória em que o protagonista Mandrake, um advogado criminalista, se envolve. Uma fita VHS, prostitutas assasinadas, personagens estranhíssimos. Mandrake passeia por diversas localidades, sempre amarrado por esses detalhes, sofrendo atentados, perseguindo bandidos e buscando a solução para mistérios que, por sua vez, são unidos pela arte do Percor (perfurar e cortar) e seus praticantes.

O livro alterna sua velocidade da intensamente alucinante para a letárgica introspectiva, sem nunca cansar o leitor, que a cada página anseia por mais detalhes da trama e dos seus personagens. O livro tem um final surpreendente, apesar de a gente pegar muitos detalhes no decorrer da história, que acabam deixando um gostinho de “eu já sabia”.

Mandrake é um show à parte. Sempre achei que eu tinha muito em comum com ele, mas depois dos 30 descobri que quase todo mundo tem. Mas, mesmo depois dessa conclusão, continuo me identificando muito com o personagem em muitos aspectos.

Aliás, em 2005 a HBO Brasil produziu e exibiu uma série homônima, cujo protagonista é o advogado d’A Grande Arte. Foram duas temporadas,se não me engano e, apesar de não gostar do Marcos Palmeira como ator, até que ele se saiu bem.

A Grande Arte, bem como toda a obra do Rubem Fonseca, é uma leitura obrigatória para quem quer escrever bem. Aliás, é o tipo de escritor que facilita seguir a velha máxima que diz que, para se escrever bem, é preciso ler muito.

Já tinha dado o toque.

Agora é oficial!

Apóio com força e com eco a campanha Xixi no Banho (by F/Nazca)!

Dica do Filipe.

priceless_picks_iphone

O Ad Age publicou anteontem uma nota que deixou este geek de plantão agulhado: um novo aplicativo para o iPhone. Da MasterCard.

Até aí, tudo bem. Vocês vão me dizer que é a tal da convergência que eu mesmo venho anunciando apocalipticamente em minhas aulas. Mas o tal aplicativo tem como tema (ou a tentativa de) a campanha “Priceless”, ou como aqui no Brasil ficou conhecida, “Não tem preço”.

De acordo com a reportagem, o aplicativo nada tem a ver com a campanha propriamente dita. Para quem não se lembra, a “Não tem preço” é bastante emotiva, humorada também. Conta pequenas histórias sobre como as pessoas superam dificuldades e, no final, são felizes. Se dar bem, não tem preço.

E, pelo que entendi, esse aplicativo vai ajudar outros a se darem bem também com dicas que você carregará no sistema do aplicativo. Complicado? Pois é. Na prática, deve ser assim:

Você, usuário de iPhone, baixa o aplicativo no seu aparelho pela App Store. Já com o aplicativo executando, você carrega no sistema “Priceless”, que se articula com um sistema GPS, os endereços das dicas “priceless” que você encontrou, por exemplo, uma liquidação imperdível de corujas de cristal na Macy’s, ou três edições originais em LP no plástico do Can Your Pussy Do The Dog num sebo obscuro da periferia. Além dos endereços e do título da dica, parece que se pode colocar a descrição. A interface é essa:

pricelesspicks-b

Pelo jeito, a intenção aqui é bem mais comercial, diferente da campanha de quase 12 anos que circula por aí. Mais um exemplo que o institucional e a publicidade, seja ela de produto ou serviço, podem ser complementares. E, claro, tudo com Master Card.

Ainda por cima, utilizando novas ferramentas e tecnologias.

Saiba mais:

www.priceless.com

www.adage.com

As Olimpíadas de Munique, em 1972, eram para ser conhecidas como as Olimpíadas da Paz.

Mas, em uma noite na vila olímpica, terroristas do Setembro Negro invadem os dormitórios dos atletas israelenses e os sequestram. O desfecho foi um dos episódios mais marcantes e tenebrosos do terrorismo moderno, que inclusive, segundo especialistas, colocou a causa palestina sob os holofotes.

Mas pouco se falou, durante um bom tempo, sobre a retaliação promovida por Israel às mortes de seus atletas naquele episódio fatídico. E é disso que fala a minha segunda dica no Letreria: A Hora da Vingança, de George Jonas. Esse livro inspirou Steven Spielberg ao filmar Munique e, antes dele, uma produção para a TV chamada Sword of Gideon.

Tanto o filme de Spielberg quanto o livro de George Jonas foram duramente criticados pela comunidade judaica, por proporem o que podemos chamar de “equivalência moral”, ou seja, palestinos e israelenses estão certos e errados, e ambos têm os seus motivos para fazerem o que fazem.

Mas, voltando ao livro em si, A Hora da Vingança conta como supostamente foi a ação de um grupo de extermínio, cujos elementos eram todos egressos da Mossad, cujo objetivo era eliminar 11 líderes terroristas (um para cada atleta israelense morto no episódio de Munique) espalhados pela Europa.

No desenrolar da estória, num mundo assombrado pela Guerra Fria e sua bipolaridade, a equipe passa a agir de maneira cada vez mais autônoma, sem deixar o foco da missão de lado, mas causando efeitos colaterais imprevisíveis.

Um dos pontos criticados no livro (e no filme Munique também) é a maneira como Avner, o líder do esquadrão de morte, é retratado. Muitos membros das forças de defesa israelenses discordam que ao realizar aquele tipo de missão, um agente israelense pudesse passar por crises existenciais e arrependimentos.

A quem se interessar, sugiro que leia (ao mesmo tempo ou depois, tanto faz) também Contra Ataque, de Aaron Klein. Esse livro foi escrito como um contraponto ao livro de Jonas. Klein é oficial israelense (provavelmente Mossad também) e foi um dos mais duros críticos ao Hora da Vingança. Vale a pena também dar uma sapeada complementar no documentário ganhador de um Oscar Um Dia em Setembro, para entender um pouco melhor o que aconteceu.

Tanto os dois livros, quanto os dois filmes são excelente para quem gosta de história e causos de guerra e espionagem, principalmente sobre o conflito árabe-israelense. Além de ajudarem a dissipar alguns conceitos equivocados.

twiter101

“Tu tá tuitando?” foi a pergunta trocadalha que fiz a um grande amigo a respeito da nova febre internética entre os geeks.

Eu já criei a minha conta no Twiter, mas pouco uso. Imperdoável.

Alguns dos blogs que acompanho já têm sua versão ‘tuítica’, ou seus escritores mantêm uma conta paralela ao blog. Ontem o Nerds Somos Nozes oficializou a existência do seu Twiter. Sexta passada foi o Vinícius, do Com Fel e Limão. Inclusive, foi com ele que expus a minha dificuldade em escrecver apenas 140 caracteres. Justo eu, que tenho logorréia verborrágica crônica.

Mas, independente da minha dificuldade de usar a ferramenta ser igual à dificuldade que tenho de me acostumar à linguiça sem trema, o Twiter já é considerado uma poderosa ferramenta corporativa. Assim, o próprio microblog criou um guia para empresas se utilizarem melhor da ferramenta: o Twiter 101. É bem bacana. Têm alguns estudos de caso (Dell e Pepsi, por exemplo), dicas e até uma apresentação em .pdf.

Se alguém ainda duvidava da importância da ferramenta, é melhor rever seus conceitos. Eu mesmo já estou dando uma papirada pra ver se aprendo.

Raptado daqui.

Vou inaugurar o Letreria com o último livro que li. Na verdade, acabei anteontem de lê-lo.

Tomando um café na Livraria Nobel em Ribeirão Pires, acompanhado da patroa, minha herdeira e os padrinhos dela, comecei a fuçar os lançamentos. De repente, um título me chamou a atenção: A Besta.

Tem gente que vai falar que foi uma espécie de identificação, mas não. Alguma coisa no livro me dizia que iria ser uma puta viagem de se ler.

Escrito pelo jornalista Anders Roslund e pelo ex-criminoso (!!!) Börge Hellström, esse romance sueco editado aqui no Brasil pela Editora Planeta é uma montanha russa daquelas que só se vê no Bush Gardens. Ao terminar o livro (e quase todos os capítulos dele) senti que minhas tripas demorariam a voltar ao lugar.

Numa narrativa que mistura primeira e terceira pessoas, o livro conta o caso de um assassino/estuprador de crianças que escapa da prisão e continua sua trilha doentia. O pai de uma das vítimas resolve fazer justiça com as próprias mãos, criando uma bola de neve que desce a ribanceira vertiginosamente, cada vez maior, enquanto dois policiais fazem malabarismos para acompanhar os acontecimentos e desvendá-los.

O livro é frenético, intenso assustador e, em muitos momentos, até enjoativo. Mas vale cada página lida. Um livro que é leitura obrigatória para quem gosta de histórias policiais, mas que está de saco cheio das mesmas tramas.

Aviso aos navegantes: o livro assusta mesmo. Vou deixar um petisquinho pra vocês:

“- Duas meninas, nove anos. Ele as amarrou, masturbou-se em cima delas, estuprou-as, cortou-as. Exatamente como já fizera antes. (…) O médico-legista disse que elas ainda estavam vivas quando foram dilaceradas, com objetos de metal na xoxota e no ânus. Eu não acredito.”

Como eu disse, não é uma leitura leve. Se tiver estômago, vale a pena encarar.

Meu bom amigo Rodrigo Motta é uma pessoa pra lá de culta.Nosso mestre, o Max, até o chama carinhosamente de “Cabeção”, devido a sua grande inteligência.

Entre outros predicados, o Motta inaugurou no seu círculo de amizades uma série de e-mails denominados Dica de Leitura. No seu blog, o A Guerra do Fim do Mundo, ele transcreve esses e-mails, falando sobre livros que leu e sobre sua importância na sua formação.

Inspirado por ele, e ciente que esse blog é lido por muitos estudantes, resolvi seguir seu exemplo e trazer à tona alguns dos livros que são responsáveis pela minha (de)formação. Alguns deles o Motta já escreveu sobre, assim, sugiro que consultem as dicas dele também.

Ultimamente tenho lido muitos livros sobre Comunicação, Publicidade e Propaganda, Marketing e infantis (sou pai, porra!). Mas colocarei aqui, também, livros sobre outros temas, senão fica chato demais.

Assim, declaro inaugurada a categoria Letreria, um tapão na nuca para estimular você a ler.

Espero que esses posts que em breve publicarei sejam de alguma valia.

Sabe o vídeo abaixo que foi tirado do ar?

Eu tenho.

Quer saber mais?

kickmarketing@hotmail.com

Um comercial fake da Sprite causou o maior rebuliço na Alemanha.

Leia mais aqui.

Até que enfim, uma versão concretizada (e decente) das nossas agruras.

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Clique na imagem e conheça um pouco mais sobre os desejos e necessidades dos Publicitários.

Dica do AAIG Wesley.

O NSN nessa semana publicou um artigo de altíssimo interesse pessoal deste que vos escreve: Propaganda e Guerra Fria.

A dica foi da blogueira Daiane Santana, do Vivo Verde, que viu no The Inquisitr. E eu, bebi de todas as fontes anteriores.

De qualquer maneira, achei bem legal, já que a Propaganda Comunista, depois da queda do Muro de Berlin, ficou restrita às batidas camisetas do Che Guevara. E essa sequência encontrada pelo pessoal do Inquisitr, repassada pela Vivo Verde ao povo do NSN (ufa!) dá uma amostrinha do que está por vir do que eu chamo do descongelamento da Guerra Fria. Mas essa nova Guerra Fria, se rolar mesmo, será um pouco diferente da anterior. Há novos atores em cena, como Irã e Coréia do Norte. Além disso, será uma Guerra Fria (como eu disse antes, se rolar) com conflitos armados paralelos mais constantes, desta vez protagonizados quase que exclusivamente pelos palestinos e simpatizantes contra Israel e ocidente (leia-se EUA). Nada de muito novo…

Mas, voltando à Propaganda Norte-coreana, as peças chagam a ser até inocentes aos olhos ocidentais, acostumados a Hollywood e seus efeitos especiais e à internet livre, cujo maior obstáculo, na pior das hipóteses, pode ser o Speedy. Dá uma olhada:

north-korean-art-4[4]

Se fosse aqui, diria que é coisa de algum adolescente que acabou de assistir ao Diários de Motocicleta, ou que assistiu a alguma palestra na UNE. MAs levando-se em consideração o fato de que o povo lá vive completamente isolado de todas as referências artístico-culturais do Ocidente, dá até pra relevar.

São imagens até engraçadas, mas que lidas no contexto dos acontecimentos que envolvem o país e seu miniditador são bem sérias. Até então, só os países do Oriente Médio faziam ameaças desse nipe. Uma delas até se concretizou em 11/09/2001. Aliás, as imagens dizem exatamente que o país deseja fazer o mesmo que a Al Qaeda fez com os EUA naquele ano.

O site americano que lançou primeiro minimalizou o fato como se os norte-coreanos considerassem os americanos fracos. Por mais inocentes que sejam, duvido que tenha sido essa a intenção. Apenas uma das fotos aparenta mostrar isso. Outras duas (uma delas acima), mostram símbolos americanos sendo destruídos. Já a última mostra soldados americanos (com uniformes da 2ª Guerra Mundial?!) ameaçando jogar um bebê norte-coreano num poço, enquanto a mãe aflita suplica piedade. Reparem na cobertura estilo soviética do militar à esquerda da imagem. Realmente, intrigante. Essa é só para demonizar o país ocidental.

Para ver as outras imagens, clique aqui ou aqui. Deixo vocês com a mais desconcertante delas:

north-korean-art-1[3]

Gosto muito das “campanhas” veiculadas no Desenblog, mas num dos meus passeios pelo blog do Ranzinza me deparei com um post que matou qualquer resquício de humor do blog do Desencannes.

BabyShave

Não sei como o James chegou lá, mas a figura acima é de um post do Retro Comedy sobre as mais bizarras campanhas publicitárias antigas. Essa aí em cima parece mais teaser para “O Curioso Caso de Benjamin Button”. O meu favorito é o de baixo:

GunFamilyRealmente, dependendo do teor alcoólico no dia da festa, com certeza o Natal será memorável.

E como eu estou com uma preguiça temenda em pensar em coisas para postar, vou mais uma vez me apropriar do blog do Ranzinza. O post mais recente do James é sobre uma pesquisa realizada pela paulista GFK sobre a classe profissional mais confiável. Esse tipo de estudo é antigo. Num dos cursos que a empresa pagou para os membros da Coordenação, um dos palestrantes dissertou sobre a imagem dos bombeiros (profissão mais confiável no Brasil e no mundo segundo a GFK). Um estudo desenvolvido há alguns anos pesquisou sobre a imagem positiva e negativa de certos produtos e profissões. O objetivo era provar que por mais que uma marca ou profissão tivesse uma boa imagem, havia sempre algo de negativo em sua imagem. No caso dos bombeiros, nada de negativo.

Mas, enfim, no estudo feito pela GFK, amplamente explorado pelo Jornal Hoje, houve a confirmação da história dos bombeiros, aqui no Brasil seguidos pelos carteiros, médicos, professores (iiiii-ha!) e jornalistas. No mundo em geral, os bombeiros lideram, seguidos por professores (iiiiiiiiiiiiiiiii-haaaaa!!!), carteiros, médicos, militares do Exército (hurra!), religiosos e ONGs. O bicho começa a pegar quando a repórter, logo após um doloroso “grande maioria”, começa a listar os menos confiáveis aqui no Brasil, encabeçados pelos políticos (por que eu não estranhei?), executivos de bancos, policiais, sindicalistas (iiiiiii-haaa!!) e funcionários públicos. No mundo, políticos mais uma vez ganham a contenda pelo posto de menos confiável, segiodos por nós Publicitários, diretores de grandes empresas, executivos de bancos e profissionais de Marketing.

Frase do James, que também é Publicitário: “Pior que eu só os políticos…”

Os caras da minha geração e os das gerações anteriores sonham há um tempão com a convergência do mundo real e virtual. O Pierre Lévy explora incansavelmente o assunto. Os irmãos Wachowski fizeram a trilogia mais celebrada do cinema, em que o real e o virtual se fundem de maneiras inimagináveis.

Ultimamente têm pipocado um montão de novidades que dão uma dica da proximidade desse nosso sonho se tornar realidade. Uma delas é a ‘Realidade Misturada’, ou sua versão mais conhecida, ‘Realidade Aumentada’. Confesso que não conhecia muito bem sobre o assunto, mas o meu novo Acessor para Assuntos que Interessam a Geeks (AAIG) me atualizou em alguns minutos. Claro, se eu desse uma googleada eu conseguiria também, mas nada como ter um orientado antenado, né, Wesley?!

Enfim, só para atualizar os leitores deste humilde folhetim eletrônico sobre Comunicação e Marketing, Realidade Aumentada (RA), de acordo com o site www.realidadeaumentada.com.br, “é definida usualmente como a sobreposição de objetos virtuais tridimensionais, gerados por computador, com um ambiente real, por meio de algum dispositivo tecnológico”. Ou seja, é a convergência entre os ambientes virtual e real, que ainda pode gerar a Virtualidade Aumentada (VA). O que diferencia um do outro é que na RA há a predominância de elementos do ambiente real e na VA, óbvio, do virtual.

O grande barato não é apenas o amálgama em si, mas a possibilidade de você poder alterar os elementos de acordo com a sua preferência. Com as próprias mãos! Um exemplo bem legal é o MY.IKEA, da Ikea (aquela loja de móveis do Clube da Luta). Com uma webcam e os prints das peças e dos móveis (ou de ícones que os represente) você consegue fazer uma simulação. Dá uma olhada no vídeo:

A Tok & Stok quis fazer algo parecido (eu disse PARECIDO) aqui no Brasil, mas se aproximou mais da VA, se levarmos em consideração os conceitos do site Realidade Aumentada. A empresa (ou aqueles que fizeram o projeto) chamou de ‘Planta Virtual Tok & Stok – Realidade Aumentada’. Apesar dos depoimentos no final do vídeo, achei meio fraquinho (além de equivocado), ainda mais depois de assistir ao do Ikea:

Quem é viciado em games já conhece o tema há mais tempo. No mês passado eu postei um texto sobre o Projeto Natal, da Microsoft. Eu achei que fosse a descoberta do século (ou melhor, do Psycho do Surra), mas depois de uns dias, um monte iconoclastas e viciados em games me disseram que já conheciam. Para o Play Station 3 (PS3) existe o muito louco Eye of Judgement e para o PSP, o Invizimals:

Pra quem quiser mais exemplos de Realidade Aumentada pode também dar uma olhada no Bannerblog, um site especializado em mídia web banner. O meu AAIG achou um link que leva a uma série de vídeos sobre o assunto.

Realidade Ampliada é um assunto bastante vasto, que já foi tema de post no Brainstorm 9 inclusive. Pra quem se interessou e quer aprender a fazer, tem até uma Biblioteca para Realidade Aumentada, com os softwares e dicas para desenvolvimento de RA. O negócio é bem elaborado e a Biblioteca tem tudo bem explicadinho.

Vai lá e boa sorte.

O Duailib tem o Phrase Book dele.

Eu pretendo ter o meu também.

Não perca: http://darkadverside.worpress.com

É engraçado como falamos dos mortos. Veja por exemplo o caso do Michael Jackson.

O cara morreu afundado em um poço de notícias e fofocas maldosas sobre pedofilia, esquisitices, dívidas, vícios etc. Depois que morreu, todo mundo falou o quanto ele foi importante, bacana e sensível durante o seu showneral.

Andrew Gombert/Efe

Andrew Gombert/Efe

Pois é. Geralmente é assim: enquanto vivo, um fdp; morreu, com certeza vai pro céu.

Mas, ontem, ao dar a minha passada diária no Advertising Age, me deparei com um texto do Al Ries a respeito de Bill Bernbach. Para quem não conhece, ou não lembra, Bernbach, o ‘B’ da DDB, foi o idealizador do conceito de Dupla de Criação nas Agências de Publicidade, entre outras coisas. Enfim, até então, o que se ouvia e se lia sobre o Sr. B era sobre sua genialidade e suas contribuições para a Publicidade moderna. Até então.

Ries escreveu, mais especificamente, sobre o recém lançado Nobody’s Perfect (Ninguém é Perfeito), da jornalista Doris Willens. Nele, Doris, que trabalhou por 18 anos na DDB, tenta desmistificar (até satanizar) Bernbach. Num dos trechos, cabeludérrimo, ela conta que Bill tirou a idéia para uma de suas mais brilhantes campanhas (Avis) do cesto de lixo de Helmut Krone, um dos redatores da DDB na época, que havia escrito e desistido dela:

“From Helmut Krone’s wastepaper basket, Bernbach fished wads of crumpled papers and beamed upon spreading open a sheet with the words, “We’re only No. 2. So we try harder.”

Agora, por que soltar essa e mais um monte de outras barbaridades vinte e tantos anos depois da morte de Bernbach? Isso tá me cheirando a ressentimento de mulher desprezada…

No ano que vem, o maior time de futebol do mundo completará 100 anos.

Podem xingar, espinafrar e choramingar, mas o Esporte Clube Corinthians é o maior time de todos os tempos. Não é só pela história, mas por toda a mítica que envolve o seu nome.

Costumo fazer uma brincadeira com meus amigos dizendo que existem apenas duas torcidas aqui no Brasil: a do Corinthians e os que torcem contra. Não existe outro time no mundo que cause tanta comoção. Quando tem jogo do Timão, o Brasil inteiro para para torcer: os corintianos, claro, à favor e sãopaulinos, palmeirenses, santistas, flamenguistas, vascaínos, gremistas, colorados, pontepretanos, atleticanos, cruzeirenses, torcedores do Bandeirante de Birigui e toda a rapa contra.

É duro para todos os outros admitirem, mas o Corinthians é o time que mais desperta paixões em todo o mundo. Por isso, acho que tudo o que dizem contra o campeão da Libertadores da América 2010 é pura inveja. Uma vontade mórbida de ser Corinthians. Podem falar o que quiser, mas no fundo, no fundo, todo mundo gostaria que seu time fosse como o Corinthians, todo torcedor gostaria de ser tão fiel ao seu time como a torcida corintiana o é, todo jogador gostaria de ostentar a camisa alvi-negra e todo clube gostaria de ter tido a idéia de ter o Fenômeno no seu time.

E agora, pra matar o povo mais ainda de inveja, o clube lançará em dezembro deste ano o livro “Corinthians – 100 anos de paixão”. A publicação, idealizada pelo fotógrafo publicitário Marco Piovan (o do livro “Making Of”), faz parte dos preparativos para a comemoração do centenário do Timão e contará, em fotos e crônicas, a história do time mais amado do mundo.

Mas o mais legal do livro é a história da capa. Se clicar na figura abaixo, você será encaminhado ao site Corinthians 100 anos. Lá, você poderá escolher entre quatro modelos de capa, qual será a publicada. Todas elas foram desenvolvidas por publicitários convidados pelo Marco: Felipe Chacon (da Africa), Guilherme Sakosigue (da AlmapBBDO), Serginho Dimi (da Lobo São Paulo) e Marcelo Biscola (da Artnet Digital).

100 anos

Dê uma passada por lá. Não importa se é corintiano ou não, é um case que merece atenção. Um case campeão, claro.

Fonte: MM Online

Nova_Parmalat

A peça acima foi publicada em 2007, 11 anos depois da famosa e polêmica campanha dos Mamíferos da Parmalat. Quem é que não lembra daquelas crianças fofinhas e engraçadinhas, vestidas de mamíferos, brincando ao som de uma música bonitinha? Pois é. A campanha de 1996 foi criada pela DM9 (bem antes de ganhar o sobrenome e se tornar DM9DDB), sob a direção de criação de Ehr Ray (se não me engano) e co-criação do Nizan Guanaes. A campanha, que ganhou prêmios e aclamações, posteriormente foi alvo de acusações de plágio (as mesmas fantasias foram usadas anteriormente num calendário de uma ONG e foram compradas para o filme).

Mas, plágio ou não, a campanha foi um sucesso que gerou, com o perdão do trocadilho, diversos filhotes como brindes, pelúcias colecionáveis, uma sátira no Casseta e Planeta e, 11 anos depois, uma nova campanha, agora com as crianças já adolescentes, criada pela África (do mesmo Nizan Guanaes). A campanha dos mamíferos adolescentes estreiou no intervalo do Jornal Nacional, numa quinta-feira, ou seja, com uma senhora audiência.

Para quem não conhece ou não lembra, o comercial original e, na sequência, o dos mamíferos adolescentes. Um case de sucesso que merece ser estudado.

Em tempo: o site da campanha não está mais no ar. Pena…

O Filipe publicou hoje no seu blog uma campanhada Via Uno muito bacana.

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Esse é o tipo de campanha que me faz ter orgulho de ser publicitário. Há outras do tipo que inclusive foram premiadas. Abaixo, algumas de minhas favoritas.

CatchupParmalat

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Fonte: Clube de Criação de São Paulo – www.ccsp.com.br/anuarios

Uma das coisas que eu mais pego no pé dos meus alunos na hora de criarem um nome para qualquer coisa que seja é a tal da pronúncia.

A primeira coisa que fazemos é escrevê-lo. Claro, toda criação de nome começa no papel, com aquela voz interna murmurando combinações de letras, sílabas e imagens. E é aí que mora o perigo… No papel, aquele nome parece bonito, sonoro e… Sonoro? Claro! Ainda não foi pronunciado pela voz do próprio criador (apenas pela vozinha na cabeça, lembram?). Será que os seus colegas terão a mesma facilidade em pronunciá-lo? Será que todos têm a mesma intimidade com o idioma do Barak Obama e entenderão o que estão tentando dizer? E, pra finalizar, por um acaso aquela palavra em outro país não teria uma conotação pejorativa ou negativa e que possa prejudicar sua aceitação?

Um dos exemplos que eu mais uso em sala de aula é o do Ford Pinto (veja a campanha americana abaixo).

1-ford-pintoPinto, lá nos EUA é o nome de uma raça de cavalo – mais especificamente aquele malhado, que aparece nos filmes de faroeste montado por índios – e foi um grande sucesso na década de 1970. Mas, e aqui no Brasil? Creio que frases como “Que tal dar uma voltinha no meu Pinto” ou “Fique aqui sentada no meu Pinto enquanto vou lá dentro comprar manteiga” não iriam pegar muito bem. Acho que foi por isso que a Ford decidiu lançar por aqui o Corcel

Outro exemplo é o Pajero, da Mitsubishi. Aqui no Brasil, o carro é objeto de desejo e um carro que empresta certa nobreza ao seu proprietário. Mas em determinados países da América Latina e na Espanha, pajero tem algumas conotações negativas. Na Colômbia, paja significa mentira. No Chile, além de masturbação (masculina) e do seu “produto”, pajero pode significar preguiçoso, pois há um mito que diz que a masturbação em excesso causa debilidade mental e cansaço (como é que não falaram em pelos nas mãos?).

Um novo exemplo da importância na escolha do nome de um produto, e que usarei em aula com mais frequência, é o Actimel, o novo produto da Danone. Basicamente, o Actimel é um leite fermentado, com lactobacilos, no melhor estilo Yakult (o verdadeiro e imbatível). O que pega, no nome pelo menos, é o sufixo ‘mel’.

Para o consumidor desavisado, o produto, no mínimo, é a base de mel, ou então, o produto tem mel em sua composição. Mas, há um aviso na embalagem, em fonte bold, dizendo “NÃO CONTÉM MEL”. Não contém mel? Então, por que ‘mel’? O “sobrenome” do produto é ‘L CASEI DEFENSIS’. O ‘L’, suponho, deve ser de lactobacilo. O ‘casei’ é a família do lactobacilo. Já o ‘defensis’, pelo que eu ouvi um nutricionista falando, é o nome comercial da bactéria e não defende nada. Concluindo: não passa de um Yakult metido a besta, com um nome que não condiz com o que ele faz (ou não faz).

Isso me lembra aqueles mesmos filmes de faroeste, em que os índios recebiam nomes de acordo com características que os pais desejavam que tivessem. Por isso, corríamos o risco de encontrar um índio magrelo, preguiçoso e que vivia doente, chamado Poderoso Urso que Mata Búfalos…

Quero aproveitar este espaço para agradecer a todos os meus amigos sãopaulinos, palmeirenses e santistas pela torcida de ontem. Se não fosse por todos vocês, o Timão não teria chegado lá.

Aliás, na Libertadores, conto novamente com a vossa torcida.

VAI CURÍNTIA!!

Obrigado