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O que tá acontecendo com a Publicidade?

Tenho feito essa pergunta há alguns meses e ainda não consegui uma resposta satisfatória. Tenho cá minhas desconfianças, mas tudo com base em provas circunstanciais.

Minha bronca dessa semana é com os jingles. Bom, pra falar a verdade, já estou com os jingles atuais me incomodando há alguns meses, principalmente porque passo um tempo razoável no trânsito e, consequentemente, ouço muito rádio (quando não me encho e ponho meus mp3s nas caixas).

O do Bradesco, por exemplo, é uma das piores coisa que já ouvi em toda a minha vida, na categoria jingles. Texto bem pobre, recheado daqueles recursos literários que aprendemos na escola e que nos dão arrepios até hoje só de lembrar suas aplicações. Aliás, tais malabarismos que recheiam as canções de monstros (no mais pejorativo dos sentidos) da MPB, como Ivan Lins, Guilherme Arantes e outros lixos novos, como Maria Gadu. E MPB é a pegada da melodia do jingle do Bradesco:

Outro jingle que me incomoda bicas (como diz meu colega Louis Vidovix, do Letters from Louis), é o do restaurante Praça São Lourenço (onde, por coincidência, almoçarei amanhã). Infelizmente, não achei uma amostra dessa pérola da excrescência publicitária, mas é fartamente veiculado na Bandnews FM. Começa pela letra cheia de rimas pobres, usando termos tão rebuscados que fica cafona. E pra encerrar com chave de ouro, o cantor abusa dos trinados (aqueles tremiliques que as velhinhas de coral adoram fazer nas sílabas mais longas da música).

E, por fim, o jingle mais bizarro dessa nova safra é o da Santil (“Vamos aprender o jingle da Santil? É assim: 3998-…”). Admito que cumpriu o seu papel, pois nem preciso procurar pelo telefone da empresa em lugar nenhum, já que ele ficou grudado no meu córtex cerebral, mas ainda assim é muito ruim! Infelizmente (ou graças a Deus), não achei uma reprodução dessa maravilha.

Aí, me pego pensando: será que eu tou ficando crítico demais? Ou a Publicidade tá abrindo as pernas para o mau gosto dos clientes numa frequência maior?

Ou pior: será que aqueles alunos que eu e meus colegas docentes sentenciamos que o “mercado cuidaria deles” estão colocando à prova as teorias de Darwin?

Afghan iPhone Mullah

A Apple comemora os dois anos de vida do iPhone lançando a terceira versão do aparelho.

Lançado na última sexta-feira, dia 19 de junho, o iPhone 3GS já vendeu mais de um milhão de unidades (US$ 199,00 + plano bianual com a AT&T).

O mais legal do i Phone, não é só a facilidade no seu manuseio, a intuitividade do sistema, o visual bacana, o estilo, o fato de ter o iPod agregado, os softwares etc. Há um ano, mais ou menos, a Apple lançou a App Store, a ‘lojinha’ virtual de aplicativos para o iPhone, cheia de aplicativos (duh!), pagos ou gratuitos, para deixá-lo mais turbinado e legal.

Numa zapeada no rádio, enquanto ia para a faculdade, peguei um pedaço de uma reportagem na Band News FM em que falavam que a concorrência (no segmento celular, claro) tentou, mas não conseguiu fazer algo igual ao iPhone. Só parecido e olhe lá. Aqui em Sampa a gente vê circulando por aí o hiPhone (figura abaixo), uma versão xing ling do aparelho da Apple. Até a caixa é igual!

hiPhone

Aliás, a Band News disponibilizou na mesma App Store um aplicativo para ouvir as rádios da rede no iPhone.

O aparelho é tão legal (eu tenho um, tá!) que até o Taliban se rendeu ao gadget (foto no início do post). O mullah Abdul Sallam Zaeef, ex-embaixador do Taliban, apareceu em fotos de uma entrevista recente usando o aparelhinho.

Um pequeno pecadilho vindo do ‘grande satã ocidental’

Ontem, voltando para casa, ouvi o Boris Casoy na Band News FM dizendo que apoiava a decisão do STF em relação ao diploma de Jornalista. Para quem não sabe, apenas um ministro do Tribunal votou contra a matéria que dispensa o diploma universitário em Jornalismo para o exercício da profissão.

Antes disso, eu havia feito algumas piadinhas com meus colegas Jornalistas (com ‘J’ maiúsculo, sim, pois esses são diplomados). Mas foi apenas pra fazer fusquinha com uma coisa que me revolta na minha profissão. Já há um bom tempo venho reclamando da qualidade de algumas campanhas que, com certeza, não foram feitas por um Publicitário de fato, formado por uma escola de Comunicação, com habilitação em Publicidade e Propaganda. Não há uma exigência de diploma na área para exercer a profissão, assim, qualquer um pode bater à porta de uma agência e pedir para trabalhar na Criação. E corre o risco de conseguir. Mas, o que salva é que só os competentes se estabelecem e, geralmente, vêm de uma escola de Publicidade.

Agora, voltando ao caso dos Jornalistas, apesar das piadinhas, eu fiquei puto com a decisão do STF. As pessoas acham que ser jornalista é uma coisa fácil. Quem pensa assim, não sabe o quanto esses meninos e meninas estudam na faculdade: técnicas, gramática, ética, estilos etc. O ensino superior atualmente está em crise aqui no Brasil? Sim, está. Mas nem por isso, um egresso de uma faculdade de segunda linha de Jornalismo pode ser comparado a um Zé Ninguém sem formação para a função de Jornalista. Escrever um texto jornalístico não é tarefa para qualquer um. É preciso ter técnica, isenção e compromisso com a notícia que se está dando. E tudo isso se consegue e se aprende na faculdade.

Como seria ser atendido por um médico que não fosse egresso de uma escola de Medicina, mas que tem ‘jeito’ pra coisa e resolveu clinicar? E ter o seu caso julgado por um magistrado sem formação em direito, só porque o sujeito tem bom senso e estudou a biografia do Salomão (o Rei)?

Na verdade, não preciso ir muito longe. Pesquisem quantos dos nossos nobres legisladores (municipais, estaduais e federais) têm algum tipo de formação superior. Quer ficar mais assustado? Pesquise quantos deles têm o 2º grau completo sequer. Já era de se esperar que, num país em que um analfabeto pode se eleger Vereador, uma profissão tão nobre quanto a dos Jornalistas um dia tomaria um tiro desses.

Pois é, ‘seu’ Casoy. Até concordo que a formação acadêmica, em geral, não anda lá essas coisas. Realmente, deveria-se votar algo que a melhorasse. Mas usar isso como um de seus argumentos para trair sua própria classe e aceitar essa barbaridade é uma vergonha!

Depois de um tempo hibernando...

Depois de um tempo hibernando...

 

Faz um mês, mais ou menos, numa segunda-feira antes de começarem as aulas, estava voltando para casa ouvindo o Comercial e Companhia, na Band News FM. O entrevistado do dia era o Marco Versolato, o novo VP de Criação da Y&R. De todas as coisas que ele falou, a que mais marcou foi sobre unir inteligências em um processo de criação.

Para quem não sabe, o processo de criação numa Agência de Publicidade começa, geralmente, com a equipe de criação, capitaneada pelo que chamamos de dupla de criação (Redator + Diretor de Arte), recebendo um briefing do sr. Atendimento. A partir daí, a dupla de criação começa desenvolver a campanha. Esse conceito de dupla de criação foi trazido pelo grande Alex Periscinoto (AlmapBBDO) no século passado (uau!) e até hoje é o que dá o tom das peças publicitárias. Enfim, o Redator cuida do texto, o Diretor de Arte do layout e os Assistentes de Arte executam a idéia geral.

Mas as palavras de Versolato pareciam uma marreta apontada para a chamada Dupla de Criação. Ao ser perguntado sobre as mudanças que ele gostaria de promover como novo VP de Criação, ele respondeu que uma delas era reunir, num processo criativo, diferentes inteligências e não somente a dupla.

Que tal um brainstorm feito por um Redator, um Diretor de Arte,  um Webdesigner, um Acessor de Imprensa, alguém do Planejamento e um Mídia? A propósito, o brainstorm original era realizado com a presença de representantes dos diversos departamentos da empresa com a intenção de aproveitar, na busca de uma solução para um problema ou desafio, o ponto de vista de todos eles.

Isso tá me cheirando uma volta às raízes, já que a Publicidade se apropriou dessa ferramenta corporativa e a incorporou ao processo criativo. Hoje, uma dupla faz o brainstorm (às vezes ‘deixam’ o Atendimento cornetar). Em breve, se o Marco Versolato baixar a sua marreta no mais novo paradigma chamado Dupla de Criação, diversas cabeças fazendo um ‘toró de parpite’.