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Uma das grandes iniciativas nas empresas dos últimos tempos é a TV corporativa.

Para quem nunca ouviu falar, TV corporativa é uma das melhores maneiras encontrada pelas empresas para preservação de sua cultura.  Através de um canal de TV exclusivo, transmitido via satélite para os setores ou lojas, esse meio ainda possiblita, de acordo com o site da SubWay Link, a realização de reuniões interativas, teleconferências, convenções, campanhas de endomarketing e lançamento de produtos, programas de integração, treinamento, motivação e incentivo.

A estrutura é praticamente a de uma emissora de TV convencional e o resultado final fica bem próximo ao das produções que assistimos diariamente na telinha. Claro que não podemos comparar os “atores” com uma Fernanda Montenegro ou um Tony Ramos. São os executivos da empresa, falando do cotidiano da companhia e, de maneira corporativa, dando uma nova cara (até mais agradável) ao propósito da empresa a ser dividido com os funcionários e colaboradores.

Em resumo, uma maneira eficaz de facilitar e estreitar a comunicação entre matriz e filiais, algo cada vez mais complicado de se obter atualmente, principalmente em grandes empresas.

Essa SubWay Link, empresa com quase 20 anos no segmento de Comunicação Corporativa, tem no seu portfólio clientes como Wal-Mart, Magazine Luiza, Pernambucanas, Multibrás (Brastemp e Consul), Tigre, e Ri Happy Brinquedos. E foi essa última empresa que me levou a escrever este artigo.

Pra quem não sabe, a Ri Happy foi a melhor empresa em que trabalhei, por inúmeros motivos. Primeiro, porque brinquedo é a coisa mais legal do mundo de se trabalhar. Depois, o ambiente lá, talvez por influência do segmento e dos sócios, é extremamente aberto à criatividade, companherismo e desenvolvimento profissional. E mesmo depois de ter saído de lá há um bom tempo, ainda tenho um carinho especial por aquela empresa.

Mas, vamos ao que interessa. Numa de minhas passeadas pelo Meio & Mensagem, caí numa notícia bastante intrigante: Cartoon terá canal nas lojas Ri Happy.

Pelo que sei e coletei em minhas pesquisas, a Ri Happy trabalha com a SubWay desde 2006 nessa ferramenta corporativa. E, creio eu, como o Dr. Ricardo não dá ponto sem nó, a tal ferramenta deve estar funcionando bem dentro do seu propósito. Tão bem que agora vai transmitir conteúdo comercial.

Após uma googleada rápida sobre a notícia, parece que o Canal Cartoon Network produzirá um conteúdo exclusivo para ser exibido nas lojas da rede (e não “cadeia”, Dr. Ricardo, eu lembro…) a partir de hoje, dia 19 de maio. E, pelo que entendi, ainda serão exibidos conteúdos comerciais, ou como diria vovô, reclames. Ou seja, de um canal corporativo, com o objetivo de unificar a língua falada pela empresa e todos os seus funcionários, a uma TV com conteúdo diferenciado, altamente segmentado e com potencial comercial (ok, excesso de rimas, sorry).

Esse caso é só um dos exemplos de como a Publicidade ainda tem muito o que mudar. O site Vitrine Publicitária publicou um artigo sobre as faculdades de publicidade e a sua falta de renovação. Concordo com o texto em partes, pois isso é reflexo do mercado. Ainda precisamos de mais gente no mercado com sede de inovação e que contamine as novas gerações que, juntamente com os professores dentro das academias, tenta fazer Projetos Experimentais criativos, mas muitas vezes sem o apoio do mercado.

Chega de chorar pelo outdoor. Como vocês podem ver, ainda há vida (e oportunidades) no mercado publicitário.

Em 1999 fiz a minha primeira viagem internacional. Minha esposa (minha namorada na época) tinha dois primos morando na costa oeste e resolvemos aproveitar a oportunidade. California é um dos Estados com o custo de vida mais alto. E San Francisco, a cidade onde na época os primos moravam, era mais cara ainda. Mas, San Francisco é San Francisco. Que cidade linda! Quantos lugares, quanta história! E um dos pontos históricos é que me fez lembrar de uma história bem interessante,

Quando chegamos lá, não tínhamos guia, mapa, coisa nenhuma. Somente as referências que os primos nos deram. Eles não podiam nos acompanhar o tempo todo, pois trabalhavam durante o dia. Então, nos restava pegar um Muni qualquer e sair sem destino. Sem querer, numa dessas nossas andanças, caímos numa rua que tem muita história para contar: a Haight Street. Ela foi por muito tempo o epicentro do movimento hippie e muitos dos seus expoentes começaram a dar as caras por lá. A rua, na época em que estive lá, ainda mantinha sua aura alternativa, mas bem distante da ‘riponguice’ da década de 1970 (graças a Deus!). Muitas lojas de roupas bacanas e descoladas, muitos estúdios de tatoo e piercing, algumas galerias de arte, restaurantes e cafés bem legais e a loja de discos mais bacana que conheci: a Amoeba Music.

Dificilmente você achará lá qualquer uma dessas farofas que rola na Jovem Pan ou Transamérica. Mas esse não é o caso. Depois de passear pelos corredores e escutar e comprar um monte de sons que nunca havia ouvido falar ou que não achava em lugar nenhum depois de tê-los escutado há mais de cinco anos, era hora de ir ao caixa e pagar. Como já estava há alguns dias, confiei no meu ingês e tentei engatar uma conversa com a caixa, perguntando se, além do que estava levando, ela me recomendaria mais alguma coisa (os funcionários que trabalham lá realmente gostam do que tem lá). Como a maioria dos americanos, ao perceber que não era um nativo, me respondeu com certa frieza que o que eu levava já era legal o suficiente e encerrou a conversa dizendo o quanto eu deveria pagar. Enquanto separava o dinheiro, ela lança uma pergunta: “Plastic or paper?” Eu me lembrava que a palavra genérica para cartão de crédito ou débito em inglês era plastic. Mas paper para dinheiro? Sem pudor nenhum, perguntei num inglês bem xexelento se ela estava falando sobre a forma de pagamento. Mais uma vez, com aquela simpatia americana aos estrangeiros, ela me respondeu que se tratava do tipo de sacola que eu gostaria de levar meus CDs. Escolhi papel, não sei bem o porquê e fui embora. Em casa, um dos primos me explicou que havia uma onda de consciência ecológica assombrando a América há um bom tempo.

De volta ao ano 2008. Já tem um tempão, também, que o ecologicamente correto tem impregnado toda e qualquer tipo de relação, caso ou situação. Por exemplo, quando trabalhei na Ri Happy Brinquedos (de longe, o melhor lugar em que trabalhei, em todos os sentidos), no meu primeiro mês já detectei um problema: uma sacola grande da loja, rasgada no fundo, espalhando todo o lixo que estava dentro dela pela calçada de uma movimentada avenida de São Paulo. Como estava a pé, desacelerei o passo para observar a cena. Todo mundo que passava por ali, tinha que desviar do lixo e do saco, com um desenho colorido do Solzinho e letras vermelhas e amarelas gritando Ri Happy Brinquedos. Eu, pessoalmente, achei que aquilo depreciava a marca: um saco da loja sendo usado como saco de lixo. Além de ter me incomodado bastante por conta dos discursos recorrentes a respeito de conservação da natureza através da reciclagem.

Mas isso é inevitável. Atire a primeira pedra que nunca usou um saquinho de supermercado no lixinho do banheiro. Atualmente, algumas redes de varejo têm tentado fazer seus clientes a comprarem uma sacola personalizada para levar suas compras em vez do saquinho de plástico, por conta da tal onda ecológica. E essa tal onda ecológica vem causando um certo desconforto nas empresas produtoras do saquinho ou da sua matéria-prima. E apesar de toda apologia feita massivamente nesses últimos tempos, eu e quase todo mundo continuamos usando saquinhos plásticos. O fato é que, apesar do caso que contei acima e apesar do nosso sistema de coleta de lixo está um pouco melhor (comparada com a de Nápoles, claro), a onda ecológica também deve ser um estímulo para as empresas criarem outras maneiras (inclusive que não sejam cobradas) de seus clientes carregarem suas compras para casa. Não deve ser muito agradável ver sua marca boiando no rio Pinheiros, em meio a um monte de lixo.

Além de não ser ecologicamente correto, não é uma mídia muito recomendada.

Obs.: Imagem surrupiada daqui.