Arquivo de maio, 2008

Marketing de Chute

Publicado: 23/05/2008 em MARKETING
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O Marketing é uma ciência que se baseia em muitas coisas: dados, pesquisas, análises, cases etc. Uma “ferramenta” bastante utilizada, apesar de alguns profissionais da área negarem, é a inferência ou, como eu gosto de chamar, chute.
Tudo bem. Da maneira como disse, parece que nós não temos certeza do que falamos ou propomos. E que o mercado está dividido entre aqueles que nasceram com o esfíncter apontado para o satélite, pois acertam todos os chutes e são bem sucedidos, e aqueles que só dão bola-fora, pois erram muito e não são tão bem sucedidos. É claro que, ao fazermos planejamentos e previsões, devemos levar em consideração análises micro e macroambientais, dados de pesquisas, cases de sucesso ou de fracasso etc.
Mas, convenhamos, mais da metade do trabalho é puro chute!
Por outro lado, se pararmos para entender a ciência do chute – aquele do futebol, em que a perna move todas as suas articulações, usando músculos e tendões, com o objetivo de projetar o pé em direção a uma bola e esta, por sua vez, deve viajar em uma velocidade e trajetória desejadas em direção a um alvo ou espaço entre um sujeito “chamado” goleiro e as traves – perceberemos que há chutes e chutes.
Existe o chute profissional, como os chutes do saudoso Biro Biro, na sua maioria precisos. A bola ia para onde os pés dele queriam, na velocidade e curvatura exatas. Ele levava em consideração diversos fatores: leis da física (atrito, força, inércia, aceleração), quem eram seus adversários, condições do gramado, quem eram os árbitros, condições dos colegas de time, oportunidades, entre outros.
Tá legal. Viajei muito na minha teoria. Me corrigindo, dirão que era apenas talento somado ao jeito certo de chutar. Mas ainda assim é um chute profissional.
Existe também o chute do peladeiro de fim de semana. Aquele que acerta a bola de qualquer jeito, com os olhos mirando num ponto e a bola indo para outro. Um chute descompromissado, sem técnica e que de vez em quando acerta. Um chute amador.
No Marketing, pode até ser que seja a mesma coisa. Mas, mesmo sendo chute o que é dito, continuam havendo sempre os profissionais e os peladeiros.