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Qual seria o resultado se combinássemos a marca Nike, referência e praticamente sinônimo de esporte, com Robert Rodriguez, um dos diretores mais brilhantes da nova geração do cinema? É pouco? Adicione Kobe Bryant, Danny Trejo, Bruce Willis e Kanye West. Voilá!

O resultado, você vê a seguir:

Pra quem gosta de cinema, basquete, publicidade ou os três juntos, um prato cheio!

Via Meio & Mensagem

Finalmente assisti ao Operação Valquíria! De fato, um pusta filme e que me deixou com uma vontade de ler os livros sobre o episódio que inspiraram o filme.

Bom, não vou me extender a respeito dos detalhes do filme, nem sobre a sua sinopse. Se quiserem algo do gênero, leiam Letters From Louis (aliás, L.E., por que não rolou uma crítica sobre esse filme?). Vou falar sobre uma reflexão que fiz a respeito do porquê a última operação para matar Hitler deu errado.

A princípio, o plano parecia infalível: o texto do plano Valquíria (que acionava a reserva do Exército no caso de algum problema) recebe algumas algumas alterações, legitimando os conspiradores como governantes interinos e com plenos poderes; elementos-chave para o assassinato são recrutados nos círculos mais próximos ao führer (ou plantados ali); a bomba é plantada no lugar exato e explode na hora certa; as comunicações da Toca do Lobo (local mais seguro para refúgio de Hitler e onde seria executado o plano) com o restante do mundo, são imediatamente cortadas ao se ouvir a explosão; Tom Cruise foge e Valquíria é colocada em prática, já que o comandante supremo estava morto e a SS “estaria tentando tomar o poder”.

A partir daí, tudo se desenrola perfeitamente, até que duas mensagens conflitantes chegam no centro de telégrafos do Reich: uma pedindo a prisão de Goebells, outra pedindo a prisão daqueles que, supostamente, estavam colocando a casa em ordem. E é nesse momento que tudo começa a dar errado: Goebbels fala diretamente com Hitler (wtf!!), as rádios passam a anunciar o golpe e dizer que Hitler está vivo, os rebeldes são presos e executados e fim da bagunça.

Quais foram os erros? Bom, pra começar, a bomba só arranhou Hitler, que saiu imediatamente do local da explosão; as comunicações da Toca do Lobo foram reestabelecidas a tempo de desmentirem os rebeldes; mensagens conflitantes passaram a chegar no centro de telégrafos, tanto da Toca do Lobo, quanto do Governo Interino; o mesmo centro decidiu retransmitir apenas as mensagens que chegavam de onde o führer estava.

Mas, na minha modesta opinião, a grande cagada foi não ter CONTROLADO a Comunicação. Os insurgentes estavam tão preocupados com detalhes bélicos, alianças, legislação e com apenas cortar a comunicação da Toca do Lobo, que esqueceram de um fator-chave para o golpe dar certo: a Alemanha nazista se fez pela Propaganda!

O episódio da central de telégrafos é a maior prova disso, ao lado do fato de terem deixado para prender Goebbels muito tempo depois:

– A central de telégrafos era a grande fonte de informações, inclusive para Propaganda. Apenas isolar a Toca do Lobo não era o suficiente. Hitler não tinha morrido, então, a primeira coisa que faria era abrir as portas do canil e soltar todos os rotweillers para colocar as coisas em ordem, inclusive “a porra deste telefone que está mudo, scheiße!!” O ideal não era ter apenas um homem de confiança nas comunicações da Toca, mas um também na central de telégrafos, que filtraria as mensagens de acordo com os propósitos da insurreição. Deixar as pessoas daquele setor no escuro favoreceu a confusão que, logicamente, seria dissipada com a volta do líder.

– O controle dos meios de comunicação era crucial também. Se as rádios tivesse sido invadidas pelos insurgentes, ou se os responsáveis tivessem sido cooptados antes, somente as notícias “oficiais” seriam veiculadas.

– Sabendo que Goebbels era o terceiro homem do Reich, mas o mais influente, ele deveria ser o primeiro a ser encarcerado. É sabido que o Ministro da Propaganda era um homem muito influente e bastante persuasivo (pudera…). Esquecê-lo foi de um amadorismo cartesiano sem tamanho.

Enfim, controlar a Comunicação como um todo era a chave para o sucesso, mesmo com a bomba tendo falhado. Mesmo com o homem vivo, nada como um bombardeio marcado para o local para resolver a coisa. “Insurgentes tomaram a Toca do Lobo e não houve reféns…” Simples assim. Mas, como sempre, a Comunicação é deixada para segundo plano.

Assim, termino meu texto com mais um exemplo da importância de se fazer uma boa Comunicação, além de alertar para as atuais tentativas de controle das comunicações pelo último governo. Com certeza, se levarem em consideração os lapsos retratados no filme, nesse novo governo a cavalgada das Valquírias está mais que garantida.

Depois de uns tempos afastado, este blog volta à ativa…

Durante toda esta última semana rolou a Semana Sant’A de Comunicação na UniSant’Anna.

Quinta-feira, especialmente, foi um dia bem bacana. Após a exibição do excelente Sonho Tcheco (2005) houve um debate em torno do tema do filme e do que chamamos de propagandas fantasmas.

Para quem não assistiu, Sonho Tcheco é um inusitado TCC de dois alunos de cinema. O tema gira em torno da inauguração de um hipermercado fictício numa República Tcheca às vésperas de se decidir, através de plebiscito, se ingressa ou não na União Européia. Repito: um hipermercado fictício.

Durante uma hora e dez minutos (o filme dura 1h16), assistimos aos dois estudantes mobilizando uma verdadeira massa de profissionais de comunicação para realizar a publicidade de lançamento do Sonho Tcheco, um hipermercado cujos produtos são de primeira linha e os preços são absurdamente competitivos.

Vale ressaltar que o filme se passa num país que saiu de um regime socialista há pouco tempo. Seus habitantes, depois de décadas condenados a passar horas em filas para fazer parcas (e caras) compras, após a queda do regime se vêem diante de uma variedade infinita de produtos, marcas, variedades, preços e condições de pagamento mais atraentes. Eis que surge o Sonho Tcheco, com tudo isso e muito mais.

Do começo ao fim, os momentos se revezam entre o hilário e a agonia. Realmente é divertido assistir àqueles dois malucos usando dinheiro público (isso mesmo!) para produzir a campanha e o filme, ao mesmo tempo em que é triste ver a reação de todos no dia da inauguração: velhinhos, crianças, pais de família.

Pra quem odeia (ou inveja) os publicitários, mais alguns argumentos facilmente rebatíveis. Para os estudantes de Publicidade e Propaganda, um alerta e uma lição.

Vale a pena conferir.