Arquivo de novembro, 2010

Já faz um tempo que as criações da Young & Rubicam têm perdido aquele brilho das antigas.

Elas chegam ao leitor/telespectador/ouvinte/etc cada vez mais herméticas, com algum tipo de mensagem implícita que só algumas pessoas poderão entender. Parece que as campanhas são feitas com base em inner jokes, daquelas que todo mundo na Agência ri e acha um absurdo que o resto da humanidade não entenda.

Como por exemplo, essa para Activia, mandada pelo Prof. André Rodrigues:

Legal! O cara confundiu frango com peixe, ofendeu a dona da casa e o namorado dela foi buscar a sobremesa. Gancho pra falar do Activia.

O que???

Como o André levantou, deve ser porque, se você falar merda, tome Activia. Sacou? Merda, Activia, que ajuda a fazer cocô… Hein? Hein?

Pra não falar daquela do novo Fiesta (também lembrada pelo André) em que o cara é produtor musical, por isso ele gosta de aeromodelismo, ou o outro que é dermatologista, por isso ama cinema. Acho que é da JWT, se não me engano…

O que tá acontecendo com a Publicidade?

Como assim? Musica do Coelhinho da Páscoa no comercial de Natal d’O Boticário:

O que é que tá acontecendo na Publicidade?

Faz uns três dias, estava discutindo a regulamentação das profissões com minha esposa e um casal de conhecidos. Só para situar o leitor no contexto, minha esposa é dentista e o casal era formado por uma advogada e um publicitário.

Tudo começou quando falávamos sobre a formação dos profissionais atualmente. A conclusão era que o ensino de base está cada vez pior (#fato) já há uns bons anos, o que fez com que poucos tivessem acesso ao ensino superior. Consequentemente, o Governo, pressionado pela sociedade civil, resolveu mexer nessa situação e facilitar a entrada de todos na Graduação em vez de, claro, tentar consertar a situação do ensino de base (“Aaah… Dá muito mais trabalho e precisamos de uma solução imediata e que acalme a população”).

Como nem todos tinham condições de pagar a altas mensalidades das particulares (já que as públicas são mais difíceis de entrar, mas… noutra hora falo sobre isso), algumas faculdades optaram por reduzirem suas mensalidades para atender a essa nova demanda. Mensalidades mais baixas significam menos dinheiro entrando no caixa, o que dá à mantenedora da Instituição de Ensino Superior (IES) duas opções: aumentar o número de vagas por processo seletivo, criando salas com mais de cem alunos; ou reduzir drasticamente seus custos. Tanto uma solução, como outra, são extremamente prejudiciais à formação do discente de Graduação.

Infelizmente, há dez anos, quando todo esse processo no ensino superior começou, ninguém previu isso (mesmo quando o maldito Murphy gritava de seu caixão). Apenas nos dias atuais é que podemos constatar (e viver) os resultados dessa enorme lambança.

Salas muito cheias significam salas mais difíceis de se ensinar. Os alunos se dispersam com muito mais facilidade e em maior quantidade. Em resumo, ou o professor se estressa, tentando sobrepor a sua voz e ensinamentos à bagunça, ou ele simplesmente desencana e dá uma aula meia-boca. No primeiro caso, o professor sempre pede demissão.

Se a mantenedora de uma IES com mensalidade popular não consegue encher uma sala com mais de 40 alunos, só lhe resta diminuir as despesas. Água, luz e impostos em geral continuam sendo cobrados periodicamente, sem choradeira. Onde reduzir os custos? No material humano. Horas-aula cada vez mais baixas têm sido pagas aos docentes nessas instituições. Alguns até conseguem aguentar, mas, com o tempo, procuram outras IES para dar aulas ou atividades profissionais paralelas. Pode não parecer, mas isso acaba gerando um altíssimo turnover, já que o docente procurará quem paga melhor (e possivelmente, dará prioridade a esse). Isso tudo resulta em diferentes professores dando a mesma disciplina a uma turma no mesmo semestre, professores que aceitam ministrar uma disciplina que não é sua e outras atrocidades que vemos nas salas de aula.

Enfim, voltando ao assunto do início deste post, após contar isso tudo ao casal de conhecidos, todos na mesa (menos minha esposa que conhece a situação de perto) ficaram chocados. Assim, concluí que TODAS as profissões deveriam ser controladas e normatizadas, principalmente aquelas que exigem uma formação superior. O casal e minha esposa concordaram, mas com uma ressalva: nem todas as profissões precisam disso.

De acordo com eles (sim, todos estavam em uníssono tecendo o raciocínio, menos eu, claro!), profissões como medicina, odontologia, farmácia, enfermagem e as demais da área de Biológicas, tinham mesmo que ser regulamentadas, devido à sua importância e ao fato de lidarem com a vida. Um erro qualquer e a vida seria prejudicada. Na hora, me veio a imagem de um quadro na sala de espera de um médico da minha adolescência, em que uma pessoa comum desfalecida era disputada por um esqueleto (representando a morte) e um garboso médico, todo paramentado, de jaleco, máscara e touca (e se não me engano, com o estetoscópio pendurado nos ombros).

Aí, eu perguntei se só as profissões das Biológicas eram tão importantes assim, a ponto de as outras poderem absorver qualquer incauto. A advogada saiu em defesa da classe. O exame da OAB é essencial, pois filtra aqueles que poderão lidar com a justiça, por terem sido bem preparados na academia, daqueles que só colaram na faculdade e jamais poderiam ter em suas mãos a vida de um cliente, que poderia ser preso, perder dinheiro, bens ou a guarda de um filho. Sim, uma gigantesca responsabilidade! Eu mesmo tenho muito a agradecer aos bacharéis em direito, sejam os advogados com OAB, sejam os juízes que foram justos ou os policiais (delegados, no caso) que cumpriram seu dever. (Na hora me veio à cabeça a imagem de um quadro com um advogado gritando, enquanto ampara um cliente desfalecido, com outro advogado. Entre eles, um juíz, garbosamente paramentado, apartando a briga, segurando seu indefectível martelo.)

No decorrer da conversa, lembramos de outras profissões, como Engenheiros, Arquitetos, Administradores, Jornalistas e, pasmem, Professores. Aí, como eu não poderia deixar quieto (e contava com a nobre presença de um irmão de profissão à messa), perguntei: “E os Publicitários? Não precisam de uma regulamentação?”

Claro que todo mundo deu risada. Até o colega de profissão (que depois descobri ser dono de uma Agência, o que explicou tudo). Começou, então o despejo de argumentos do tipo “se o publicitário errar, não mata ninguém, não acaba com uma vida”. Foi aí que eu trouxe a conversa para onde eu queria e que resultou neste post (finalmente, né, porra!).

Vou tentar reproduzir aqui o meu discurso. Tentar, pois já estava com umas duas ou 10 taças de vinho na cabeça.

De fato, nós publicitários não temos o mesmo “poder” de vida ou morte que os valorosos médicos ou o conhecimento necessário do bacharel em Direito para se fazer justiça. Mas, a cada ano, surgem mais e mais pessoas que nos acusam de sermos manipuladores, mentirosos e perigosamente sedutores (ui!). Ou seja, indiretamente, a sociedade como um todo considera a Publicidade (e os responsáveis por ela) um assunto importante e que merece atenção. Quantas campanhas são veiculadas diariamente? Quantas delas realmente cumprem o sua função, que é o de vender uma idéia, imagem, produto, serviço ou empresa? Quantas delas simplesmente fazem o contrário? Pois é. As que não fazem seu trabalho, muitas vezes acabam com o produto, queimam um serviço, sujam a imagem de uma empresa, colocando em risco o emprego de muita gente (inclusive o do Publicitário).

Raciocinem comigo: uma campanha mal executada, para começar, significa dinheiro do cliente jogado fora. Sim! Campanhas são investimento (dinheiro) e investimento significa “estou colocando dinheiro nesse negócio esperando ter algum retorno financeiro futuro”. Se a empresa investiu uma certa soma em Comunicação, ela espera que essa Comunicação a ajude a vender mais e melhor seus produtos ou serviços, por exemplo. Os milhares (ou milhões) investidos, se a Campanha não funcionar, não retornam à empresa, muito menos com lucro. O que significa, no português claro, dinheiro perdido. Por sua vez, dinheiro perdido para a empresa significa “perdi toda a grana economizada”ou, pior, “como vou fazer pra pagar aquele empréstimo?”

Não é preciso ser nenhum Matemático ou Economista para entender o que isso significa para a saúde financeira da empresa. Em suma, a situação aperta, a empresa tem que cortar gastos, demite-se empregados, que por sua vez passam a economizar (ou deixar de gastar); menos dinheiro passa a circular no mercado; outras empresas passam a sofrer com a perda (ou a não entrada) de dinheiro e têm que demitir seus funcionários e cortar gastos… Um ciclo vicioso. Isso porque eu só resumi meu raciocínio.

Viram o que uma simples campanha mal feita pode causar?

Agora, vamos elevar a potência dessa suposta megalomania publicitária. Imaginem um Publicitário incompetente num mundo em que não exista um órgão regulamentador da Publicidade e Propaganda, como o Conar. Ou pior: digamos que tal Publicitário seja extremamente competente, mas sem nenhum escrúpulo (nem mãe). A indústria do tabaco, neste mundo fictício, deseja atingir camadas mais jovens e suscetíveis ao hábito do fumo e contrata esse Publicitário. Se a Campanha dá certo, imaginem o crescimento de casos de câncer, enfisema pulmonar, aneurisma, impotência etc. Imaginem quantos pais passariam a arrancar os cabelos preocupados com o aumento do gasto com cigarros de seus filhos.

Parece piada, mas não é. Uma coisa que faço questão de frisar a todos os meus alunos é a importância da profissão para a qual eles estão estudando. Sempre peço para que eles ajam a vida toda com ética e responsabilidade com todo o conhecimento adquirido na academia.

Mas, como nós Professores não temos controle sobre os egressos, defendo, sim, uma regulamentação das profissões. De todas, inclusive da nossa e da de Publicitário. Não uma regulamentação feita nos moldes frankfurtianos (blargh!), nem com Veterinários da Anvisa achando que entendem de Semiótica. É preciso separar o joio do trigo.

É preciso mudar tudo, desde a formação básica das crianças, moldando cidadãos éticos e responsáveis, mas sem essa merda de febre politicamente correta. A seguir, voltarmos ao modelo de ensino na Graduação da old school e por aí vai. Mais Mestres e Doutores na lida! Mais pesquisadores e mais estímulos a esses! Pasmem, ouvi noutro dia um beócio defendendo a não obrigatoriedade do Mestrado e Doutorado na docência e o fim do Professor de carreira.

Concluindo, se querem regulamentar algo, que comecem pelo profissional responsável pelos profissionais: o Professor.

Comercial do Path

Publicado: 17/11/2010 em PUBLICIDADE, SOCIAL MEDIA
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Olha só! Já tem o comercial para o Path:

Estava dando uma sapeada no Mashable e uma das notas me chamou a atenção: “With a 50 Friends Limit, Path Is the Opposite of Twitter“. Traduzindo (ainda tenho leitores que não entenderam a importância de aprender inglês): “Com um limite de 50 amigos, Path é o oposto do Twitter”.

Essa nova rede social, pelo que o post da Mashable diz, não tem nada de limitada, a não ser o número de seguidores por membro. A escolha desse número não se deu ao acaso. De acordo com as teorias de Robin Dunbar, Professor de Psicologia Evolucionária em Oxford, cada ser humano só pode lidar com, no máximo, 150 relações sociais. Bom, o Professor disse 150, não 50. O que o blog do Path (assim como seu perfil no Twitter) justifica é que 50 é um número suficiente, que comporta seus familiares e amigos mais próximos, o que resultaria em posts mais honestos e descompromissados, por saber exatamente quem os está lendo.

 

Aí vocês me perguntam: será que mais uma rede social, com essas características, digamos, muito diferentes, vai colar? Eu aposto que sim. Por trás do projeto estão pessoas de alto calibre das social medias, como Dave Morin (ex-gerente de plataforma do Facebook) e Shawn Fanning (co-fundador do Napster).

Eu mandei um email pros caras pedindo um “convite” para saber como é, mas acho que não vai rolar. O jeito é esperar alguém que conhece alguém ser convidado e me convidar também. E, claro, rezar para que esse alguém me considere um de seus 50 melhores amigos…

Vale a pena dar uma conferidinha.

Outro dia, minha esposa me contou que alguém perguntou se eu estava desempregado, pois eu estava em todas as redes sociais, postando, comentando e lendo.

Confesso que esse meu hábito de trabalhar e ficar online com o mundo através das redes sociais me tira algumas horas de sono. Sim, eu trabalho, estudo (Mestrado), fico com a minha família e amigos, navego pelas redes sociais das quais faço parte e ainda durmo um pouco.

O mais engraçado é que, há alguns anos eu me sentiria ofendido com essa pergunta. Mas quem é da área de Comunicação ou de Marketing sabe que, atualmente, rede social já não é mais sinônimo de vagabundagem. Claro, ninguém é de ferro e, vez ou outra a gente posta algumas bobagens na rede ou tira uns minutos para dar boas risadas. O legal das redes sociais é isso: entretenimento e trabalho num mesmo lugar, em muitos lugares, sem sair do lugar.

E as empresas já sacaram isso. Pelo menos algumas que, além de estarem presentes ativamente nas redes, não bloqueiam o seu uso pelos funcionários. Um bom retrato disso é o infográfico que a Mashable lançou ontem:

 

Alguns dados são muito interessantes, como o fato de as empresas B2B estarem mais presentes nas redes sociais qua as B2C, porém não são tão ativas como essas últimas.

Bom, se isso ainda não convenceu, leia a matéria completa em mashable.com. Melhor: leia todas as matérias disponíveis no site e releia um post antigo do Kickmarketing que já falava sobre isso.

Fonte: Blue Bus

Novo filme para Trident Whitening, da JWT de Porto Rico.

Nem vou comentar muito para não estragar a surpresa (imprescindível manjar um mínimo de inglês, infelizmente…):

Ontem mesmo, durante a minha aula, falei sobre a eterna luta entre Coca e Pepsi travada em seus comerciais.

A Pepsi, principalmente, sempre abusou do bom-humor e criatividade em suas campanhas quando o assunto é comparar.

E não foi diferente nesse último filme (com participação especial de Snoop Doggy Dog):

Fonte: Blue Bus

Parece incrível, mas imaginem ter que se fazer um comercial que ensinaria como usar o telefone.

Pois é. Quando surgiu, a invenção de A. Graham Bell ainda era um bicho de sete cabeças e usá-lo requeria curso ministrado pela NASA. Brincadeiras à parte, fico imaginando a dificuldade do povo na época, inclusive de entender o conceito de que, por aquele objeto estranho, que você encaixava um de seus lados no ouvido e o outro apontava para a boca, você conseguiria falar com sua mãe na costa oeste, mesmo você estando na costa leste.

O mais interessante foi a personagem escolhida para ilustrar as explicações: uma criança. Já naquela época, eles tinha a preocupação de passar uma mensagem agradável e bem humorada. Se uma criança consegue, qualquer um consegue.

Detalhes como as demonstrações dos sons de chamando e ocupado são impagáveis. Confira abaixo:

 

Fonte: Blue Bus (mas postado no UOL bem antes, em abril de 2010)

Por que os novos consoles de videogame fazem mais sucesso com os marmanjos com mais de 25 anos do que com as crianças? Talvez porque muitos de nós que fazemos parte desse universo nunca tenhamos crescido, a não ser em estatura.

Não é o máximo!?

A Del Campo, da Argentina (aaaargh!), sacou isso e criou para a Sony, mais especificamente para o Playstation 3, um comercial que mostra um bebê no corpo de um adulto, passando por situações de adulto, mas sob a ótica e interpretações de um bebê. Divertidíssimo, principalmente se nos tocarmos que, quando jogamos videogame, ficamos exatamente desse jeito.

A montagem é perfeita, assim como a edição e o roteiro. Infelizmente, o filme ainda não está disponível no Youtube (o que poderíamos esperar dos argentinos, não!?).

Mas, está lá no http://creativity-online.com/.

Realmente, quando eu acho que eu conseguirei me tornar um ser-humano melhor, menos ácido e mais compreensivo, vem alguém e liberta o meu monstrinho interior.

Estava no Facebook, dando uma conferidinha no meu wallpost, quando me deparei com uma mensagem da escolinha da minha filha para que eu visitasse o blog de uma das colaboradoras da instituição. E, claro, como estou tentando ser um ser-humano melhor, fui lá prestigiar o blog. Não entrarei em muitos detalhes, pois a história está apenas começando, mas é um blog de uma jornalista e professora, cujo mote é discutir educação. Os posts mais recentes são bastante sérios e bacanas, como um sobre a educação de crianças com deficiência. Começou ganhando o meu profundo respeito.

Mas, se existem pontos que devem ser tratados comigo com certa delicadeza para não me tirarem do sério, eles são cinco: Deus, família, Exército, Artes Marciais e Publicidade. Se não é pelo amor que sinto por eles, é pelo conhecimento que tenho sobre eles, ou os dois juntos. Enfim, num dos posts, a colega tocou numa ferida aberta que eu teimo em expor: a briga entre Anvisa e a Publicidade.

Em resumo, a colega resolveu noticiar o fato de um grupo de juristas defenderem a competência da Anvisa no controle da Publicidade de alimentos (a infame Resolução n° 24/2010, acertadamente suspensa). Não posso dizer se a ela concorda ou não com a nota pois, como uma boa jornalista, manteve a imparcialidade (mais pontos no meu conceito). Mas a história mexe comigo, contada de maneira imparcial ou não. E, claro, eu tinha que deixar a minha palavra, minha opinião. Ao clicar nos comentários, vi que alguém já havia falado e fui conferir. Era um advogado e professor de Direito Constitucional, que expressava a sua concordância com os nobres colegas, blá-blá-blá…

“Porra!”, pensei eu. No texto do blog, a jornalista cita os artigos constitucionais que fundamentam o texto dos juristas. O que mais me chamou a atenção foi o seguinte:

“Os juristas citam o § 3°, artigo 220 da Constituição Federal: ‘A propaganda comercial de produtos, práticas e serviços que possam ser nocivos à saúde estará sujeita a restrições pelos meios que a lei federal estabelecer, que garantam à pessoa e à família a possibilidade de se defenderem dela’.”

Ou seja, restringir a comunicação do produto prejudicial à saúde pode, mas proibir a fabricação e comercialização dos mesmos, nem a pau! Não é uma maravilha? O cigarro, por exemplo: há quanto tempo está proibida qualquer tipo de comunicação nos veículos a respeito de produtos que tenham tabaco na sua composição? Há bastante tempo, não!? E há quanto tempo está proibida sua produção e comercialização? “Hahahaha! Hohohohohoh!”, respondem os executivos da Philip Morris e da Souza Cruz. Isso mesmo! Nunca nem restringiram nada de nada.

“Ah!”, você me responderá, “Mas é proibido vender cigarro a menores!”. E eu respondo: que atire a primeira pedra aquele que nunca viu um menor de idade fumando um cigarrinho com os amiguinhos do colégio.

Na boa? Eu trabalharia sem remorso nenhum para os departamentos de Comunicação de qualquer uma das duas empresas de tabaco acima citadas, nem teria problema nenhum em fazer campanhas lá fora para elas através de uma Agência, pois eu não estaria trabalhando para nenhum segmento ilícito nem para o crime organizado.

Que me desculpem os nobres e valorosos (e quando digo isso, não há nenhuma ironia, juro!) advogados mas, cada macaco no seu galho! A competência da Anvisa é “promover a proteção da saúde da população por intermédio do controle sanitário da produção e da comercialização de produtos e serviços submetidos à vigilância sanitária, inclusive dos ambientes, dos processos, dos insumos e das tecnologias a eles relacionados.”, de acordo com o próprio site do órgão.

E que me perdoem os juristas (que com certeza cairão matando neste que vos escreve, usando de todo o juridiquês disponível), mas se ainda temos cigarro, remédio controlado, comida estragada ou nada saudável e bebida alcoólica sendo vendidos A QUALQUER CIDADÃO, DE QUALQUER IDADE, a Anvisa não está fazendo o seu trabalho. Está prevaricando!

E, na boa? Ao tentar controlar a Comunicação, além de promover a censura (é sim, basta olhar o conceito), a Anvisa está pura e simplesmente tentando tapar o sol com a peneira da sua incompetência.

Em tempo: meu comentário, até o momento, está sob avaliação. Ele é basicamente um resumo (e bem mais educado) do presente post. Vamos ver no que vai dar…

A Brut, fabricante americana de cosméticos masculinos (desde shampoo a desodorante) resolveu entrar na briga do cheiro.

Sob o slogan “BRUT acredita que cada homem tem o direito inalienável de cheirar como homem”, a empresa faz frente à campanha da Old Spice em que um homem de toalha prega que o “seu homem deveria cheirar como eu cheiro”.

Parece que tal campanha da Old Spice gerou uma série de protestos (ridículos) a respeito de como se estereotipiza a imagem do homem perfeito, blá-blá-blá. Enfim, a campanha, que na minha opinião só não é melhor que a do Terry “Latrell” Crews (veja vídeo abaixo), gerou retaliações (bem-humoradas) da parte da concorrência.

Voltando, a Brut criou um jogo em que você pode estapear um cara de toalha (em referência ao Old Spice), um sósia do Tiger Woods (garoto-propaganda da Gillette) e um mímico.

Por que um mímico? Juro que não entendi, mas foi o que (por razões pessoais) mais gostei de espancar (mesmo que virtualmente).

Enfim, dê uma passadinha lá no site http://www.brutslap.com/#/Slap/, clique em “THE SLAP” e escolha sua vítima. Enquanto carrega, dê uma conferida nas duas campanhas que geraram a intriguinha do título e o da Gillette:

 

Fonte: http://adage.com/

Quais são os elementos mais recorrentes em campanhas publicitárias? Qualquer estudante de Publicidade sabe responder: humor, sexo, crianças e animais.

Desde a academia, a gente aprende que, além do humor, pessoas sensualmente perfeitas, crianças bonitinhas e bichinhos fofinhos ajudam a fixar a mensagem na mente do público-alvo de maneira mais fácil. Então, tá! A receita de bolo tá aí e é só ser seguida, né!?

Acho que não é bem assim…

Antes que alguns clientes começassem a bater na mesa com um osso em triunfo (como naquela cena de 2001, uma odisséia no espaço), achando que finalmente poderão se livrar das agências, a McCann da Ucrânia criou um aplicativo que combina porcentagens de sexo, crianças e animais, produzindo engraçadíssimos personagens que reproduzem um ser híbrido que representaria a campanha.

Entre no link http://www.think-mccann.com.ua/ e monte a sua campanha, digo, sua personagem. E pense bem antes de soltar alguma ideia brilhante ao seu cliente. Ela pode se parecer com isso:

 

Fonte: Ads of the World

A TDA_Boulder, uma agência de publicidade e design do Colorado (EUA), acaba de criar um dispositivo online que vai ajudar a diminuir as barbeiragens nas redes sociais.

O Social Media Sobriety Test (clique no link ao lado e instale para testar) é um dispositivo simples. Após instalá-lo no seu browser de preferência (no meu caso, o Chrome), todas as vezes que você quiser logar num de seus perfis de redes sociais (Twitter, Facebook, Orkut etc.), o SMST é acionado e só libera sua entrada se passar no teste. Basta que você acompanhe, com o cursor do mouse, o movimento traçado pelo programa com um círculo (veja o vídeo). Fácil, para quem está sóbrio.

Então, #ficadica: se beber, não tuíte.

Excelente idéia da Ogylvy Paris para o Scrabble (o Palavras Cruzadas, aqui no Brasil).

Intitulada “The Block Project”, um prédio residencial virou um tabuleiro animado gigante de Scrabble, em que personagens representavam as palavras, criando situações fantásticas e muito divertidas.

Independente do país, a Ogylvy é foda!

A Diesel lançou um vídeo comemorativo de seus 30 anos de vida: XXX.

já tá velhaco, mas não me canso de assistir. Muito bom!

Imagine-se no cinema, assistindo às vinhetas e traillers que antecedem ao filme. Então, vem a vinheta da pipoca (claro, tem que estimular a venda). No princípio, uma vinheta alegre, descontraída, família. Do nada essa vinheta se torna dramática, até assustadora…

Assistam que vale a pena. A ação foi criada pela BBH de Londres para o cliente St. John’s Ambulance, uma instituição que ministra cursos de primeiros socorros e fornece equipamentos para tal fim. Uma intervenção simples, mas que mostra que nem só de mídia tradicional vive a Publicidade e que às vezes, um susto vende melhor que muita musiquinha com refrão grudento.

Fonte: Ad Age.

Na sexta-feira passada recebi um informativo da Ad Age em que uma das notas era sobre o tão famoso Super Bowl americano.

Para quem ainda não sabe, Super Bowl é o evento esportivo mais esperado do ano, quando rola a final do campeonato nacional de Futebol Americano (aquele que, apesar de ser jogado com as mãos é chamado de foot).

Enfim, a nota era sobre o fato de todos os patrocínios para o evento terem sido todos vendidos três meses antes do jogo acontecer. Isso mesmo: TRÊS MESES ANTES.

Mas o que mais impressiona no texto são os valores dos comerciais de 30 segundos: US$ 2,8 milhões e US$ 3 milhões na Fox e US$ 2,5 milhões a US$ 3 milhões na CBS. E ainda assim, esgotaram-se todas cotas de patrocínio.

E tem gente que ainda acha o Jornal Nacional caro.

Leia mais em adage.com

Burguesinho

Publicado: 02/11/2010 em BRAINSTORM
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Não vou mentir: torci pelo Serra. Todo mundo sabe. Mas, quem me conhece, sabe que torci por falta de opção mesmo. Ele não era, nem nunca foi meu candidato. Menos ainda a Dilma.

Mas, como em jogo de futebol, tem gente que torce pra quem ganhou, tem gente que torce pra quem perdeu. E, como nem tudo é perfeito nessa vida, além de não ganhar no último sorteio da Megasena, meu candidato perdeu também. Ema-ema e, como disse o Alemão, “vamo que vamo, agora que não tem jeito, Dilma eu te amo”.

Eu sei perder, juro! Não gosto, mas sei. Fui criado para sempre lutar e continuar lutando até ganhar, mas dessa vez, não dependia de mim. Mas, uma coisa que aprendi desde os meus primeiros passos nas Artes-Marciais, pior que quem não sabe perder, é quem não sabe ganhar. Sempre ouvi dos meus professores e mestres que mais importante que ganhar é saber ser humilde na vitória.

Ontem, todos os petistas que me seguem no Twitter foram superelegantes e comemoraram na deles. Até um certo momento. Uma dessas pessoas que me segue resolveu dar uma tripudiada. Claro! Eu sabia que não ia ficar barato toda aquela campanha anti-Dilma. O meu amigo Che Guevara da indústria do tabaco, o Vinícius, ficou na dele comigo (a não ser naquela vez que eu mexi com o Lulla, mas foi light assim mesmo). Mas a outra pessoa já estava na espera.

Do nada, pipocou o seguinte tweet na timeline:

“Ei se ferro hennn, Vai ter que engolir a dilminha hahahaaha Burguesinho”

Bom, pelo náipe do palavreado, já dá pra sacar muita coisa. Enfim, comedidamente respondi que sentia muito por ela, blá-blá-blá e que duvidava (na verdade, tinha certeza no momento) que sabia o significado de burguês. A pessoa me responde:

“ahhh não mete essa vai, #13neles, esse país precisa de uma mulher no poder, sei sim o que é um burguês You are.”

Bom, nessa eu já tinha sacado que a pessoa tava a fim de trollar mesmo. Assim, já respondi de maneira a encerrar o papo:

“vc só piora a situação c/ discursos vazios e inconsistentes. Vc nem sabe direito pq votou nela. Daqui a 10 anos…” “Qdo vc amadurecer, a gente volta a conversar sobre política. Por enquanto, a gente fica só na amizade e frivolidades, ok!?”

Aí pensei, “acho que agora sossega e me deixa em paz”. Ledo engano:

“Ahhh não tem argumento vai burguesinho, Dilma na cabeça ahhahaa”

Numa retrospectiva das nossas conversas, me lembrei das inúmeras vezes em que a pessoa me chamava de burguesinho, dizendo que eu não entendia das coisas e que só quem não é burguês sabe. Por isso, mandei:

“E qual é o seu argumento mesmo?”

Tá certo, tá certo! Eu deveria ter parado, mas uma curiosidade mórbida tomou conta de mim. Eu precisava entender o porquê de tanta raiva de um conceito que não era usado pejorativamente desde a queda do Muro de Berlin (a não ser pelo PSTU, claro). Eu esperei (inocentemente, confesso) que viesse uma resposta mais consistente. Mas…

“Não viaja, entendo e mto de politica e sei q Dilma é a melhor escolha pro brasil, vcs burguesinhos q n entendem nd #13neles”

Então, percebi. A pessoa não tinha argumentos, pois não fazia a menor ideia dos argumentos do partido que apoiava. Não sei se porque nunca procurou saber, se não sabia mesmo ou se porque apoia por ter assistido Diários de Motocicleta e achar Che Guevara um gato, apesar de morto. Então, me lembrei de uma técnica em que a gente provoca o oponente para que ele dê tudo de si. Talvez, enfim, eu teria a resposta:

“Por enquanto, só ouvi falácias infantis sem sentido. Cadê o argumento, XXXXXXXXX? Ou vc é tão vazia qto seu partido?”

Uma coisa que eu me esqueci de mencionar sobre essa técnica é que ela é mais usada para deixar o oponente cego de raiva e atacar com raiva e o ataque geralmente vem de qualquer jeito. Assim, com calma e com técnica, usamos isso em nosso favor. Mas, nas outras vezes, o que costuma acontecer, é o adversário mostrar o que realmente sabe, com muita raiva. Enfim, aconteceu a primeira:

“Não não, vc que é tão vazio quanto seu partido e os ideais de burguês que ele tem”

Bom, deu certo. Acabei descobrindo que essa pessoa não sabia mesmo o porquê de ter votado em quem votou. E o pior: talvez tenha votado por um ódio que nem entenda.

Eu fiquei pensando na quantidade de vezes em que usou o termo burguês contra mim como se fosse a pior das maldições que se pode desejar a um ser vivo. Tipo Avada Kevadra, do Harry Potter.

“Por que é tão ruim ser burguês?”, eu me perguntei.

Uma vez, a mesma pessoa me chamou de playboy. Eu fiquei meio ofendido com isso, confesso. Meus pais são de origem humilde (a família do meu pai passou fome na Europa durante a II Guerra e, quando fugiram para cá, passaram fome também) e batalharam duro para dar a mim e à minha irmã uma boa educação. Trabalhei durante o dia e estudei Publicidade à noite e me formei. Continuei trabalhando, sempre buscando lugares mais altos e construí um patrimônio. Não é nada vultuoso, mas o apê é meu e o carro também. Consegui tudo isso graças ao meu suor, sem roubar ninguém, nem passar a perna nos outros. Enfim, honrei os esforços dos meus pais e o sobrenome que me deram.

Durante toda a minha vida, conheci gente que, como eu, conseguiu conquistar as coisas em suas vidas. Conheci também algumas que não conseguiram. Dessas, algumas continuam tentando, outras desistiram e se revoltaram logo no começo de suas lutas. E sabe o que eu descobri? Que para essas últimas, eu sou burguês. O que mais me entristece nisso tudo, não é o fato de ser amaldiçoado com as palavras mágicas erradas. O que me entristece é que essa nova e jovem classe C, em vez de correr atrás daquilo que outros têm porque trabalharam duro para ter, preferem amaldiçoar àqueles que têm.

Assim, eu deixo de ser um exemplo aos meus alunos e passo a ser um estorvo na sua utopia, alguém que está dificultando a vida deles, já que eu tenho algo que eles, por não terem, também não querem.

Desculpem o desabafo. Voltamos à programação normal.