O título deste post é proposital. Aposto o que for com vocês, que lêem o blog (ultimamente às traças), que a audiência aumentará consideravelmente, pois o que mais se quer saber atualmente é como se ganha dinheiro com as Redes Sociais.
Sabendo disso, perde-se a conta das pessoas, pesquisadores, profissionais e títulos de livros que se dizem entendidos em Redes Sociais, ou Social Media quando se quer dar um ar mais sofisticado. Um de meus mais promissores alunos, o André (dono e proprietário do blog Thead) vive aparecendo com um livro novo sobre o assunto. Quase todas as vezes ele chega empolgado para me mostrar e, como um iconoclasta inveterado que sou, desconstruo a brochura, mostrando ser mais um título que chove no molhado e que ele (o André) tem muito mais conhecimento e bagagem sobre o assunto do que o autor fanfarrão.
Pois é. Todos esses livros que têm surgido nos últimos meses sobre a mais nova mina de ouro para as empresas não passam de caça-níqueis. Eu costumo chamá-los de Livros de Auto-ajuda para Mídias Sociais, ou, fanfarronicamente falando, Self-Social-Media-Help Books.
Podem reparar! Todos os livros vêm com uma promessa:
– Entenda, finalmente, as Redes Sociais;
– Domine os segredos das Redes Sociais;
– Como fazer as Redes Sociais trabalharem para a sua empresa;
– Sua empresa pode crescer mais com as Redes Sociais;
– (outros exemplos a partir daqui seriam de uma redundância pleonástica).
Eu mesmo cheguei a acreditar que um manual mágico, com receitas de sucesso sobre como fazer sucesso nas Social Media, estava por ser publicado, como um Messias tão esperado. Mas a verdade é que é impossível escrever um texto definitivo sobre as Mídias Sociais. Em cinco minutos de publicação, este post já terá se deteriorado.
As Redes Sociais se transformam numa velocidade tão alucinante que é quase impossível metrificarmos ou mensurarmos seus resultados ou repeti-los. E não é nenhum cyberguru que chegou a essa conclusão, muito menos nenhum sujeito pretensamente denominado cyberguru é que vai criar uma fórmula de sucesso, ou uma nova maneira de usar a Rede Social. Os usuários do dia a dia, com seus tweets sobre como foi o seu café da manhã, seus checks no Foursquare, suas dicas sobre o trânsito no Facebook pelo celular etc. é que vão ditar o uso das Redes Sociais, para o que quer que seja.
Não adianta um cyberguru vir com essa conversa pra boi dormir, prometendo sucesso com “Aprenda a usar a #hashtag a seu favor”. Quem vai traçar a melhor estratégia para a sua empresa é você mesmo.
Mas, como eu não sou bobo, nem louco de desperdiçar uma oportunidade de aparecer e ganhar dinheiro, vou publicar aqui um extrato de um manual da fauna das Redes Sociais, que lançarei em breve. Esse mapeamento vai ajudar a sua empresa a ganhar muito dinheiro com cada um dos habitantes dessa selva desconhecida chamada Social Media!
CAPÍTULO 3 – Os habitantes
(…)
8. O Ativista Político de Esquerda (ou APE)
O ativista político de esquerda é um ser muito peculiar. Raivoso por natureza, nada nunca está bom para ele, principalmente se foi feito ou é uma herança dos governos anteriores ao de Lula. Se um membro da atual oposição escorrega numa escada e cai sentado, é motivo suficiente para que o APE postar comentários como “E lá se vai mais um tucano imperialista amante dos estadunidenses escorregando para a desgraça!”. Por ser polêmico e verborrágico, o APE tem muitos seguidores, que podem ser simpatizantes (Que geralmente têm seus próprios veículos nas Redes Sociais) ou não (Que geralmente o seguem para monitorá-lo ou para espinafrá-lo quando o texto é pedante demais. Uma constante, diga-se de passagem…). Geralmente, são simpatizantes de alguma outra causa obscura, como “Os trabalhadores que limpam os bueiros da cidade e que são bestializados pela classe-média”. A empresa deve tentar mostrar simpatia por essa classe defendida pelo APE, gerando mídia espontânea em blogs, Twitter, Facebook etc. Como geralmente os APEs abominam a Veja, recomenda-se que a empresa que quer atrair a simpatia desse elemento evite no seu Planejamento Offline a inserção de anúncios na revista. O mais adequado é que se patrocine algum projeto em meios eletrônicos offline, como uma volta da Semana do Presidente, dessa vez com um enfoque mais feminino, por exemplo.