Uma vergonha

Publicado: 19/06/2009 em NOTÍCIAS POPULARES
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Ontem, voltando para casa, ouvi o Boris Casoy na Band News FM dizendo que apoiava a decisão do STF em relação ao diploma de Jornalista. Para quem não sabe, apenas um ministro do Tribunal votou contra a matéria que dispensa o diploma universitário em Jornalismo para o exercício da profissão.

Antes disso, eu havia feito algumas piadinhas com meus colegas Jornalistas (com ‘J’ maiúsculo, sim, pois esses são diplomados). Mas foi apenas pra fazer fusquinha com uma coisa que me revolta na minha profissão. Já há um bom tempo venho reclamando da qualidade de algumas campanhas que, com certeza, não foram feitas por um Publicitário de fato, formado por uma escola de Comunicação, com habilitação em Publicidade e Propaganda. Não há uma exigência de diploma na área para exercer a profissão, assim, qualquer um pode bater à porta de uma agência e pedir para trabalhar na Criação. E corre o risco de conseguir. Mas, o que salva é que só os competentes se estabelecem e, geralmente, vêm de uma escola de Publicidade.

Agora, voltando ao caso dos Jornalistas, apesar das piadinhas, eu fiquei puto com a decisão do STF. As pessoas acham que ser jornalista é uma coisa fácil. Quem pensa assim, não sabe o quanto esses meninos e meninas estudam na faculdade: técnicas, gramática, ética, estilos etc. O ensino superior atualmente está em crise aqui no Brasil? Sim, está. Mas nem por isso, um egresso de uma faculdade de segunda linha de Jornalismo pode ser comparado a um Zé Ninguém sem formação para a função de Jornalista. Escrever um texto jornalístico não é tarefa para qualquer um. É preciso ter técnica, isenção e compromisso com a notícia que se está dando. E tudo isso se consegue e se aprende na faculdade.

Como seria ser atendido por um médico que não fosse egresso de uma escola de Medicina, mas que tem ‘jeito’ pra coisa e resolveu clinicar? E ter o seu caso julgado por um magistrado sem formação em direito, só porque o sujeito tem bom senso e estudou a biografia do Salomão (o Rei)?

Na verdade, não preciso ir muito longe. Pesquisem quantos dos nossos nobres legisladores (municipais, estaduais e federais) têm algum tipo de formação superior. Quer ficar mais assustado? Pesquise quantos deles têm o 2º grau completo sequer. Já era de se esperar que, num país em que um analfabeto pode se eleger Vereador, uma profissão tão nobre quanto a dos Jornalistas um dia tomaria um tiro desses.

Pois é, ‘seu’ Casoy. Até concordo que a formação acadêmica, em geral, não anda lá essas coisas. Realmente, deveria-se votar algo que a melhorasse. Mas usar isso como um de seus argumentos para trair sua própria classe e aceitar essa barbaridade é uma vergonha!

comentários
  1. Ana Vasconcelos disse:

    Pois é, Lelo, a turma do “deixa disso” (“disso=diploma) é bem pretensiosa. Está com a carreira solidificada e a vida ganha, e deve olhar de cima para os jovens aspirantes a jornalistas e pensar “coitados, não vão chegar lá”. Que equívoco. Maior ainda porque a turma do “deixa disso” não tem a dimensão do valor do nosso trabalho acadêmico. Simplesmente ignoram a potencialidade dos professores universitários, acham que não fazemos diferença na vida dos estudantes. De novo, que equívoco.

  2. Filipe Crespo disse:

    Mais uma vez, estou decepcionado som o STF.

    Já dizia Charles de Gaulle: “O Brasil não é um país sério”.

    Como pode uma coisa dessa? Qual é o valor que se dá ao estudo nesse país? Como vou dizer aos meus filhos que vale a pena estudar?

    Um absurdo.

  3. Filipe Crespo disse:

    Pois é..outro FDP esse barbudo ridículo e burro

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